sábado, 6 de dezembro de 2008

e a mente apavora o que ainda não é mesmo velho

É como o título mesmo diz.
É o medo do novo somado a vontade de ficar aqui, nesse velho e confortável. É difícil largar a tranquilidade pelo desafio. O fácil (e certo, claro) pelo duvidoso.
Será que dá pra ser feliz e realizado de um jeito novo?Deixando pessoas E princípios de lado? Dá? Até onde a experiência compensa a certeza de que isso tudo financia um mundo com o qual eu não concordo?
Eu mereço? Tá tudo certo...o aluguél, o emprego, a vida. Onde ficam os ideáis? Guardados numa gaveta escura no Brasil? Presos num sonho comprado em 12x?

Eu não devia escrever isso aqui, deixar isso aqui.
Quem sabe amanhã ou depois (ou lá, a milhas de casa e aceitando como vier) mude de idéia...

@ Sampa - é no Brasil

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

"Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas, continuarei escrevendo."

A que se preza um DCE? Me diz você, pra quê serve? Toda representação estudantil teve seu apogeu durante a ditadura e hoje é praticamente desconsiderada fora dos portões do prédio na general Carneiro com a Amintas de Barros e das cabeças mais ideológicas. É como se toda luta fosse em vão, um trampolim meio quebrado pra se atingir a política que dá dinheiro. Eu não posso discordar mais. Se a cada dia me intrometo mais nesses assuntos que de forma alguma me diziam respeito - até então - é pela exclusiva vontade de fazer melhor. Por mim e por você. Mesmo que isso me custe umas horas aqui e uma discussão (que eu realmente nunca me importei em ter) ali. De todo jeito, o meu DCE (o da minha cabeça, se estiver errado me corrija) não se preza a ataques pessoais, a recalque, a caminho fácil pra vida mais fácil ainda.

Não quero nem entrar no mérito da veracidade dos fatos, uma vez que decidi apoiar uma chapa mais pelos métodos utilizados outrora que por propaganda pura e simplesmente. Meu nome está lá, pode conferir. E eu acredito. O que não consigo conceber é que pessoas instruídas, desejosas do mesmo objetivo e que percebem toda imagem que se criou do movimento estudantil, criem intrigas e competições de âmbito unicamente pessoal utilizando a máquina do DCE. Isso é um afronte a tudo que a instituição conquistou e ao voto de cada eleitor, contra ou a favor. Mesmo que tudo que se diz no artigo seja comprovadamente real, continua sendo um absurdo que tal menção tenha sido feita num espaço destinado a notícias de cunho institucional. Somente institucional. É como se o governo Federal não fosse mais governo, mas PT e partidos coligados ocupando cadeiras, mesas e cargos. Sem nenhum outro incentivo, senão boicotar a presença dos demais partidos. Sem fundamento ideológico palpável ou projetos tangíveis de desenvolvimento social (ou universitário, se acredita que a influência do diretório pára por aí). É incompreensível pra mim que tamanho disparate (tô ficando sem palavras pra traduzir essa angústia e esse nojo) tenha passado praticamente incólume pelo crivo de tantos leitores. As pessoas se acostumaram com o mau uso da máquina pública em geral? Estão tão descrentes a ponto de relevarem ataques a sua própria inteligência?

Tudo bem, se há algo errado com a campanha da chapa adversária, que os fatos sejam averiguados e os medidas cabíveis sejam tomadas. Não por órgãos parciais como a concorrência, mas pela comissão eleitoral e pelo próprio eleitor. Para que se faça uma votação justa e legítima, basta que a informação chegue a tempo e de forma lúcida. Não após uma derrota amarga, através de palavras ácidas jogadas por aí.

O DCE é um só. No fim das contas -e na cabeça dos mais desavisados- é formado por todas as pessoas que se preocupam com o movimento estudantil, mesmo que de forma rotativa e antagônica. Mesmo que de chapas adversárias, com ideais contrários e rixas pessoais, essas desavenças não podem superar a esfera central de toda discussão: a melhoria do ensino público, vinculada ao desenvolvimento da sociedade como um todo. Não se pode perder de vista que uma proposta de gestão eleita não é corroborada em todas as suas decisões, certas ou erradas. Os meios democráticos para se apurar esse apoio popular aos atos dos representantes é o voto para a situação ou para as possíveis oposições. Se a maioria acredita que se deve mudar drasticamente a forma de condução do diretório, esta não é uma decisão passível de questionamento por parte dos elegíveis. Se a democracia é falha, se o DCE é "esquerdóide", estas são questões de caráter pessoal, e não cabe a site nenhum se propor a respondê-las por outrem.

Contextualizando:
http://dceufpr.wordpress.com/2008/11/08/chapa-eleita-mente-sobre-conquistas-em-2007/

ELEIÇÕES dce/ufpr 2008/2009:

PÉS NO CAMPUS.....3357
Apenas começamos.... 234
Cantamos porque o grito não basta..... 2159
Brancos...30
Nulos.... 114
Total votantes.....5894


@ I want you
All you need is love
Can't buy me love
(Beatles, Beatles, Beatles - em homenagem a minha leitora e companheira de luta)

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Economia Comportamental x Economia Clássica

Trechos da entrevista de Dan Ariely, professor de Economia Comportamental (isso existe? parece coisa de adm)no MIT e pequisador do Federal Reserve. Economia Comportamental parece uma análise prolongada da Psicologia Social de Keynes, mas de qualquer forma é uma explicação bem simples pro que tenho ouvido por aí...



"A afirmação de que o mercado sempre vai produzir os melhores preços é um princípio econômico. É muito atrativo, mas muito errado. E os eventos recentes no mercado financeiro são uma demonstração clara disso. É impossível hoje olhar para o mercado e achar que ele é o melhor possível, racional. A crença de que o mercado se regula é muito elegante, mas depende de sermos perfeitamente racionais. Quanto mais você acredita que somos irracionais, mais você acredita que é necessário haver intervenções. Um exemplo interessante é o que está acontecendo agora no Chile. Há três meses, o governo estabeleceu que todo mundo tem de poupar 11% do salário. É uma intervenção incrível na vida das pessoas, mas é interessante. Quando as pessoas se aposentam, tudo o que depositaram durante a vida volta para elas na forma de pagamento. O que o governo viu foi que deixar essa poupança na mão das pessoas diminuía muito a chance de ela ser feita.""

A economia clássica assume que somos racionais. A economia comportamental, não. Se fôssemos racionais, não deveria haver preocupação com a saúde, porque todo mundo cuidaria da melhor maneira possível da sua. Na perspectiva clássica, não há como melhorar o mundo, porque todos já agem racionalmente. Na perspectiva da economia comportamental, temos um conhecimento limitado sobre nós. Se entendermos melhor o mundo, poderemos mudá-lo."

Por que somos irracionais?Dan Ariely – Pela própria evolução. Imagine que você é um animal na selva e vê um predador. Você pára para avaliar se é bom fugir ou ficar? Não. Você simplesmente corre. É uma ação que está além do ato pensado. Essa característica é boa na selva, mas não está de acordo com a sociedade moderna. Não fomos desenhados para o mundo que criamos. Por que achamos que podemos pensar apropriadamente sobre dinheiro? Trata-se de uma invenção nova. Nossa falta de jeito para lidar com dinheiro gerou a crise hipotecária americana.
Engraçado é imaginar que o pressuposto de boa parte da teoria neoclássica é a racionalidade do consumidor e dos produtores, no qual sempre conseguirão atingir um ponto ótimo de suas escolhas maximizando o bem estar social.

Ao averiguar que na prática a realidade é outra, vem outros conceitos complementares como a teoria dos jogos e assimetria de informações (que são por si muito mais interessante do que a crença no "homo economicus".

Keynes tornou sólido o conceito de incerteza, ao demolir a teoria clássica convencional.

Segundo Jorge Grespan:"O grande impacto da obra "A Riqueza das Nações", de 1776, foi o de sintetizar perfeitamente a trajetória econômica de um século, culminando na recomendação de liberar os mercados de qualquer interferência não econômica. A famosa imagem da "mão invisível" decorre justamente de um individualismo levado às últimas consequências. Smith afirma que só o egoísmo dos agentes econômicos é que permitiria às forças do mercado encontrarem a distribuição mais adequada dos recursos. Por outro lado, afirma também que o mercado funcionaria imperfeitamente se os indivíduos agissem influenciados por considerações éticas ou políticas, isto é, por motivos não econômicos, levados pela generosidade ou por qualquer outro impulso afetivo fora da estrita racionalidade de seus interesses particulares"

(...) no fim do século 19, quando autores como Willian Stanley Jevons (1835-1882) e Alfred Marshall (1842-1924) quiseram contornar dificuldades conceituais e políticas surgidas da teoria do valor-trabalho, não tiveram remédio senão buscar uma alternativa na subjetividade desse mesmo indivíduo autônomo e racionalmente egoísta. Elaboraram, assim, a teoria do valor-utilidade, pela qual o preço que uma pessoa estaria disposta a pagar por um bem seria definido pela utilidade que uma porção extra desse bem teria para ela. Com essa teoria econômica, chamada de neoclássica, o conceito de "homo economicus" se configura, enfim, com todas as suas características e seu nome próprio .

"A inovação da pesquisa econômica laureada com o Nobel seria, portanto, o de remover tais restrições do comportamento racional e previsível do indivíduo, incorporando a esse agente emoções e incertezas que interferem em sua opção na hora de tomar suas decisões de consumo e de produção. De certa forma, entretanto, tais caminhos também já haviam sido percorridos. Ao fundar a macroeconomia com sua "Teoria Geral", de 1936, o economista inglês John Maynard Keynes (1883-1946) concebeu variáveis de psicologia social, como as propensões a consumir e a poupar, com relevante papel em sua obra. Keynes já havia associado a quebra da Bolsa de Nova York, ocorrida em 1929, à mentalidade americana, mais afeita a apostas e ao risco. Mas, para ele, esse fator poderia, no máximo, agravar ou acelerar um processo cuja origem fosse eminentemente social."

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

venha provar meu brunch

Eu me senti sufocada. No caminho de volta pra casa, sem nada pra fazer ou alguém pra conversar, comecei a prestar atenção nas placas espalhadas por aí. E me assustei. Kharina Quick Service, Marcelu’s, Porco Nobre Delivery, Disk Água, China in Box, BeHappy Academia, além dos dois postos Texaco. A única exceção foi o cemitério, que não tinha placa nenhuma (acho que a finalidade do espaço é auto-explicativa). O resto, sem diferenças entre estabelecimentos ou procedência, sempre continham alguma alusão a outras línguas. Se não fosse pelo próprio serviço prestado (Pizza Hut Restaurant), era pelo “Maxi”- matérias para escritório. Desconfio de que um estrangeiro, especialmente de origem anglo-saxônica, seria mais capaz de se virar nessa cidade que um brasileiro comum. Não passaria fome ou necessidade de grampeador, fato.

Até admito a existência da globalização, mas sou incapaz de encontrar a origem de toda essa ‘desportuguesação’ do Brasil. É mais bonito trabalhar no Champagnat Offices ao invés de Escritórios Bigorrilho? É mais fácil dizer: delivery que entrega à domicílio? Ou o lugar adquire mais status por descartar a própria língua do país onde está? O hambúrguer se chamar hambúrguer e a pizza se chamar pizza é totalmente aceitável, o que me irrita é uma empresa brasileira, de capital brasileiro, donos brasileiros, situada no Brasil chamar seu serviço de fast-food – quando a maioria dos brasileiros sequer sabe o que ‘fast-food’ quer dizer.

Os Estados Unidos espalha sua gigante influência não através de conquistas territoriais, como os imperialistas anteriores, mas enviando sua cultura em pocket-size a quem quiser comprá-la. E a quem não quiser também. O que era chamado de invasão yankee, tornou-se entrada consentida, refletida em nomes de restaurantes e prédio pelas cidades do Brasil.
A cultura de um país é o que determina sua condição de nação. Lá fora, todo brasileiro se irrita quando há um artigo publicado na Le Monde sobre os problemas daqui, se enche de argumentos para protestar contra a tentativa americana de internacionalizar a Amazônia, mas é incapaz de honrar nossa própria cultura, nossa língua e tradições.

Quando os próprios donos depreciam seus bens, o que impede que agentes externos façam o mesmo?

FELIZ DIA DO ECONOMISTA!

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Ao mestre, com admiração

A primeira vez que faço isso:


PROVOCAÇÕES

A primeira provocação ele agüentou calado. Na verdade, gritou e esperneou. Mas todos os bebês fazem assim, mesmo os que nascem em maternidade, ajudados por especialistas. E não como ele, numa toca, aparado só pelo chão.

A segunda provocação foi a alimentação que lhe deram, depois do leite da mãe. Uma porcaria. Não reclamou porque não era disso.
Outra provocação foi perder a metade dos seus dez irmãos, por doença e falta de atendimento. Não gostou nada daquilo. Mas ficou firme.
Era de boa paz.

Foram lhe provocando por toda a vida.
Não pode ir a escola porque tinha que ajudar na roça. Tudo bem, gostava da roça. Mas aí lhe tiraram a roça.
Na cidade, para aonde teve que ir com a família, era provocação de tudo que era lado. Resistiu a todas. Morar em barraco. Depois perder o barraco, que estava onde não podia estar. Ir para um barraco pior. Ficou firme.

Queria um emprego, só conseguiu um subemprego. Queria casar, conseguiu uma submulher. Tiveram subfilhos. Subnutridos. Para conseguir ajuda, só entrando em fila. E a ajuda não ajudava.
Estavam lhe provocando.

Gostava da roça. O negócio dele era a roça. Queria voltar pra roça.
Ouvira falar de uma tal reforma agrária. Não sabia bem o que era. Parece que a idéia era lhe dar uma terrinha. Se não era outra provocação, era uma boa.
Terra era o que não faltava.

Passou anos ouvindo falar em reforma agrária. Em voltar à terra. Em ter a terra que nunca tivera. Amanhã. No próximo ano. No próximo governo. Concluiu que era provocação. Mais uma.
Finalmente ouviu dizer que desta vez a reforma agrária vinha mesmo. Para valer. Garantida.
Se animou. Se mobilizou. Pegou a enxada e foi brigar pelo que pudesse conseguir. Estava disposto a aceitar qualquer coisa. Só não estava mais disposto a aceitar provocação.
Aí ouviu que a reforma agrária não era bem assim. Talvez amanhã. Talvez no próximo ano... Então protestou.

Na décima milésima provocação, reagiu. E ouviu espantado, as pessoas dizerem, horrorizadas com ele:
- VIOLÊNCIA, NÃO!

(Luis Fernando Veríssimo - Mais Comédias Para Ler na Escola, pág.41)


Com eu queria ter escrito isso...

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

...sem diretor, figurino ou roteiro


É sempre assim. O time perde, a alegria cessa e o pedido é o mesmo: tira o técnico! Será que o caso é mesmo o de trocar seis por meia dúzia? O técnico já foi alterado e os resultados do time nesse mesmo campeonato não são muito melhores. É uma questão de mudança ou costume, afinal? O torcedor eufórico continua cantando por vitória, mas acostumado com um time sem estrelas, ainda contando com velhos de guerra que há tempos deixaram seu futebol em outros estádios e bordéis. E reclama da falta de pulso de um homem incapaz de fazer milagres. Concordo, o técnico é parte importante, mas fundamental mesmo é o que se apresenta em campo e isso vai além: é da vontade de vencer, de jogar, de mostrar serviço. É cansativo sentar em frente a um espetáculo de aberrações semana após semana, ouvindo na cadeira ao lado o grito de felicidade do rival. Não é questão de lavar Roberto Fernandes de toda culpa, uma vez que outros times medíocres conseguem ir mais longe, mas a mesma base de três anos (sem resultados!) não pode ser considerada um time para campeonato brasileiro, quando não consegue vencer nem o estadual. Não basta trazer jogadores emprestados, impedir um time de jogar com um ‘dos nossos’ ou botar toda fé no goleiro. É, sim, a necessidade de priorizar um time ou uma imagem, um sonho de passado recente glorioso embalado na esperança de um técnico que nunca mais deu as caras. O que eu quero da diretoria do meu time (quer dizer, o que eu considero possível dentre todas as coisas que realmente desejo) é a postura de admitir que ou o plano seja outro, ou as coisas de fato tem que mudar. Profundamente.


contextualizando:

ATLÉTICO-PR 0 x 3 botafogo
santos 1 x 3 coritiba

obs.: sou excelente em comentários esportivos mesmo.

terça-feira, 22 de julho de 2008

sapatos pra dois

Sentado ali, levando o mundo de costas, olhou pela janela e viu o amigo que há muito tempo não tinha noticias. Sentiu saudades. Não da velha amizade que se diluíra no tempo, mas de quem costuma ser naqueles anos de espera. Transformou-se não sabia em quê nem quando, mas certamente não correspondia as expectativas daqueles tempos. Viu-se em desespero por ter se resumido a clichês e frases de efeito. O amigo estava ali, ao alcance dos sopros, mas longe demais das mãos, assim como a imagem nublada de um futuro promissor que não se concretizou. A ansiedade da chegada em qualquer lugar cedeu espaço à angústia que já sentira, tinha certeza. Como os anos que separavam a amizade do que agora havia, foi embora, carregando consigo uma única conclusão: o mundo estava pesado demais.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

BRO HYMN

Auto-ajuda (no sentido literal)

O blog é meu e eu faço o que quiser dele.

Totalitarismo à parte, o que eu quero dizer é que não se pode esperar de uma menina de dezoito anos a consciência de uma mulher. Uma vez que publico aqui mais pra mim que para os outros, decidi publicar o que saiu da minha cabeça agora e (pasmem!) mudou radicalmente meu modo de encarar as coisas. Quem disse que café, sex and the city e melhores amigas não são um bom remédio não sabia o que se passava na minha cabeça. Até então.


Eu sou completa. Em todos os aspectos e pedaços da minha vida. Sou plenamente realizada no que decidi seguir carreira, gosto dos meus amigos e de quem eu sou (pelo menos internamente, vai!). Dito isso, a busca incessante e irracional por alguém que 'me complete, me proteja e me compreenda' será adiada até...pra sempre.
Não que eu seja adepta da tal filosofia de 'regar o jardim e esperar as borboletas', pois não quero borboletas(?), muito menos esperar por alguma coisa. Minha vida vai continuar sendo inconstante, esquisita e meio recriminável. E eu adoro.
Não preciso que me protejam, acredite. Um metro e oitenta e ainda quero uma muralha? Compreensão eu tenho guardada em casa ou a um telefonema de distância. O que eu preciso é de impulso, coragem, determinação, auto-controle. Tudo isso tem que partir de mim!
Minhas amigas são as melhores sendo do jeito que são e me fazem como eu sou, acho que estou bem nesse aspecto. Minha família, por mais esquisita (não caberia disfuncional depois do verdadeiro significado) que seja, sempre vai estar ali, do outro lado do corredor. Isso me basta. Do resto cuido eu.
Eu sou completa. Demorei dezoito anos e cinco mil tropeços pra descobrir, mas veio em boa hora. Eu sou feita de carne, osso, gordura (mal) localizada e milhões de outras coisas (pernas em excesso, auto-estima em baixa). Sem espaço para complementos alheios. Isso não quer dizer que estou colocando o amor abaixo, mas amor não vem de uma forma só e, de verdade, minha vida não se resume a de outro alguém. Eu sou completíssima, pode acreditar. Eu acredito!


Isso pode não significar nada pra outras pessoas, mas mudou meu mundo em algumas palavras.

@ Los Hermanos - mas só as músicas felizes

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Não me pergunte, não me responda, não se procure, e não se esconda

É engraçado como as coisas funcionam. Testes de personalidade, por exemplo. 10 perguntas são capazes de dizer como eu sou e como os outros me vêem? Acho que não. Eu não me aceito tão previsível nem tão supérflua a ponto de me definir por cores ou risadas. 10 perguntas e um parecer? Não me parece confiável. E mesmo assim, como pode errar um teste que diz que você é "alegre, animado, charmoso, divertido, prático e interessante"? Afinal, a Miss Universo fez esse teste e o Zé do Caixão também. E todo mundo colocou no orkut e mostrou pra mãe, até porque, por mais genéricas que essas palavras fossem, todo mundo compra um bom elogio. E até aí tudo bem, ninguém é grande demais pra não se sentir bem com elogios, ou pequeno demais para merecê-los. Mas críticas deveriam, também, ser muito bem-vindas. E se fosse "você é alegre, mas tem picos de depressão, animado, mas as vezes exagera , charmoso, mas sua demora pra se vestir atrapalha, divertido, meio inconveniente, prático, mas desorganizado", estaria estampando profiles e servindo como resultado final de uma análise tão elaborada?No entanto, o que mais me intriga é o "interessante", por ser o adjetivo mais incoerente. O que EU vejo como interessante é o mesmo que você? E se o dono deste teste me é interessante, o que garante que o será pra outras pessoas? Interessante é o que todo mundo quer. Todo mundo quer ter ares de mistério, quer a atenção voltada para si e conversas de alta relevância com a vizinha e o intelectual da mesa ao lado. Ninguém quer, realmente, ser taxado de superficial ou chato, se mostrar vazio ou burro. É uma questão de auto-estima, afinal. Todos querem (queremos) elogios e se não os conseguem pelas pessoas com quem convivem, buscam respostas forçadas num site sem referência para mostrarem ao mundo que, minimamente, são interessantes e charmosos. E alegres e divertidos e práticos e...


quer tentar? http://www.interney.net/testes/teste016.php

42 ponto(s): Os outros te vêem como alguém alegre, animado, charmoso, divertido, prático e interessante, alguém que está constantemente no centro de atenções, mas suficientemente bem equilibrado para não deixar isso subir a cabeça. Eles também te vêem como amável, compreensível, alguém que sempre os anima e os ajuda.

[Lembre-se de que isso é apenas um BLOG, você não precisa levá-lo tão a sério, ok ?]