quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir

(Tempo demais sem postar = muitas informações, muitas idéias, várias críticas e pouco empenho de escrever aqui)

Hoje assisti a primeira parte do filme do Che: o argentino. O filme me fez pensar muito além da revolução cubana, M.R 26, assembléias gerais da ONU (onde a educação diplomática ensina: só escute o que quiser, deixe sua plaquinha e vá comer na lanchonete o resto do tempo).

Fez me pensar de verdade no movimento popular em si.

Pessoas que nos primeiros minutos (que correpondem a dias, semanas, meses) corriam entre as matas e recrutavam somente camponeses que possuíssem armas, realizaram uma revolução que até hoje mídia ou sistema econômico algum conseguiu parar - independente das críticas, algum Castro continua lá.
Sério: muitas pessoas pouco instruídas, que penaram sob um regime ditatorial de minoria, em sua maioria incapazes de ler (volto nesse ponto depois*), arriscaram suas vidas e deixaram suas famílias simplesmente por acreditarem num ideal, pelo inconformismo que lhes foi oferecido por outras pessoas.
Um governo totalitário foi derrubado por camponeses armados com qualquer coisa e livros! Você percebe a grandeza disso? E o que se comenta sobre e revolução cubana em escolas, universidades?
O povo tem, sim, poder. Eu acredito! Caba àqueles que tem mais acesso a informação, divulgá-la. Não doutrinar, mas garantir que todas as opções sejam apresentadas de forma justa e igual.

Voltando...

*Um dos requisitos para que um camponês passasse a ser guerrilheiro era a capacidade de ler e escrever. Receber informação e processá-la independentemente. Isto é mais que um direito, é uma salvaguarda! Uma pré-condição para o exercício da cidadania e da vida social em geral.

Me perturba o fato de que um sistema onde uma pequena parcela de sociedade oprime a maioria perdure por séculos, sendo contestado tantas vezes quanto se pode contar nos dedos.
Isto não é necessariamente um ode ao socialismo ou um parecer favorável a revolução armada, mas uma constatação de que, munindo o povo de informação honesta e da capacidade de compreensão, qualquer abya yalaano pode se tornar o próximo Che.

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